Pacto nuclear: deputados iranianos queimam bandeira dos EUA após fala de Trump
Presidente iraniano, Hassan Rohani, anunciou na terça (8) que país 'continuará' no acordo nuclear se seus interesses estiverem garantidos
09/05/2018 às 4:10 • Atualizada em 19/04/2020 às 0:28 - há XX semanas
Deputados iranianos se revoltaram, ateando fogo à bandeira dos Estados Unidos, bem como em um documento que representava o acordo nuclear durante um protesto pela decisão do presidente americano, Donald Trump, de se retirar do Pacto Nuclear. O ato ocorreu nesta quarta-feira (9), na sede do Parlamento do Irã.
O parlamentar conservador e chefe do comitê nuclear, Moytaba Zolnuri, subiu à tribuna do plenário e, antes de queimar a bandeira americana, gritou o lema revolucionário: "morte aos EUA".
Outros deputados saudaram com entusiasmo a queima da bandeira e gritaram: "Vocês incendiaram o JOA (sigla em inglês do pacto) e nós queimamos a bandeira de vocês".
Este gesto simbólico acontece no dia seguinte ao anúncio de Trump de que os EUA deixam o acordo assinado em 2015 entre Irã e seis grandes potências e que voltará a impor sanções econômicas contra o Teerã.
O presidente iraniano, Hassan Rohani, anunciou ontem à noite que o Irã "continuará" no acordo nuclear se seus interesses estiverem garantidos, e tomará "decisões" mais adiante em caso contrário.
Entre essas medidas, Rohani advertiu que o Irã pode voltar a enriquecer urânio a "nível industrial".
O objetivo agora é conversar com os demais signatários do pacto - Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha - para comprovar se preservarão o acordo.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, informou que "em resposta às persistentes violações dos EUA e a retirada ilegal do acordo nuclear "vai realizar" um esforço diplomático para descobrir se os outros signatários do JOA podem garantir seus benefícios completos para o Irã".
"O resultado (dessas consultas) determinará a nossa resposta", disse Zarif, em sua conta do Twitter, alinhado com o anúncio feito pelo presidente.
O JOA limita o programa nuclear de Teerã em troca do levantamento de sanções, mas, segundo Trump, é "desastroso" e não cumpre seu objetivo de o Irã não conseguir a bomba atômica.
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